Meu nome é Roberto Cecato, e quando comecei a fotografar profissionalmente, 46 anos atrás, estava em busca de um sonho: usar a fotografia para me exprimir através das imagens. Não podia imaginar que o meu caminho me levaria a trabalhar por 21 anos no mercado europeu, junto aos fotógrafos que foram a minha referência nos anos de formação, e me confrontando com um dos mercados mais competitivos do mundo.

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A fotografia para mim foi uma opção difícil, pois deixei uma carreira precoce e brilhante na área de engenharia para seguir meu instinto, sem nenhum conhecimento do que fazia um fotógrafo nem de como chegar lá.

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Assim, fui me aproximando do jeito que eu podia desse universo, que me atraía pela sua liberdade, pela idéia de contar histórias e de compartilhar com outras pessoas o meu olhar sobre o mundo. 

 

Ao lembrar hoje dessa decisão, fico pensando que teria sido irresponsável se não fosse tão irresistível, essa força me levando de um laboratório de eletrônica para as ruas, e a possibilidade de me exprimir como autor.

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Eu digo sempre que a única coisa que não mudou de quando eu comecei na fotografia até hoje, foi que, para se tornar fotógrafo, alguém tem que se inventar fotógrafo. 

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Se naquela época a informação era difícil e escassa, com poucos cursos e livros estrangeiros caros e difíceis de encontrar, hoje temos um excesso de informação e muitas possibilidades de mostrar o nosso trabalho, mas tornar-se fotógrafo é sempre um desafio.

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Dizer que a fotografia digital e o celular permitiram que todos que se tornassem fotógrafos é tão irreal quanto dizer que um lápis e uma folha de papel fazem de alguém um escritor ou um artista.

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É verdade que hoje milhões de pessoas podem registrar os momentos importantes do seu dia a dia sem nenhum conhecimento técnico, e isso é uma conquista do nosso tempo.

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Mas assim como o acesso aos meios de produção não faz de ninguém um artista, também uma maquina fotográfica não faz de ninguém um fotógrafo, que deve ser alguém capaz de dominar esse instrumento para exprimir seus sentimentos e a sua visão de mundo, com competência e propriedade.

 

Um fotógrafo conhecer a técnica de a linguagem fotográfica, além da história da fotografia, referências importantes das artes plásticas, da música, do cinema, que podem lhe dar elementos para criar o seu próprio caminho.

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Quando saí do Brasil eu sentia a necessidade de ir além do que existia aqui, e a primeira coisa que notei ao chegar na Itália foi a formação e as referências importantes que eu via nos grandes fotógrafos internacionais que eu admirava.

 

Por muitos anos e com  muito esforço eu viajei, frequentei museus e galerias, comprei centenas de livros e infinitas revistas, realizei exposições e abri pouco a pouco um espaço privilegiado que me possibilitou trabalhar para alguns dos nomes mais importante da moda e da editoria internacional, como Gucci, Yves Saint Laurent, Vogue, Elle, apenas para citar alguns.

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Voltando ao Brasil resolvi colocar então a minha experiência à disposição de outros fotógrafos, para ajudá-los a alcançar seus objetivos e resolver suas questões com mais clareza, sem perder tempo e energia buscando soluções que não resolvem, e às vezes até atrasam o seu desenvolvimento.